EICMA 2012 - A LML e as múltilplas Star

dezembro 12, 2012


Nosso correspondente Fernando Porto recebeu duas missões do Motonetas e Afins em sua visita a EICMA 2012: o debut da Vespa 946 de produção e a cobertura do stand da LML. Neste momento olhar para a fabricante indiana torna-se até mais interessante do que admirar a vanguarda do criador italiano; atualmente as LML Star estão sendo importadas para o Brasil com regularidade e estoque de peças de reposição. Uma vez também que outro sonho de clássica revisitada, a Lambretta da nova geração CVT, nem sequer esteve presente em Milão, dando sinais de que a disputa pela marca possa estar freando o sucesso que parecia certo, faz-se gosto em apreciar as novidades da Índia.



A LML nitidamente enxerga na Star a oportunidade de fincar os pés em mercados historicamente pouco afeitos a veículos indianos - sobretudo querendo agradar o público europeu. Dos ouvidos atentos ao consumidor e olho nas restrições legais a emissão de poluentes, nasceu uma linha que vem se descolando do projeto original da Vespa PX. A ruptura de clone para tecnologia autoral foi o redesenho da parte traseira para permitir espaço suficiente para motores 4T. De fato com o recorte do vão que antes alojava apenas o tanque, somado a adição do reforço com estrutura tubular, tornou-se a Star de certa forma Vespa na metade dianteira e algo de Lambretta da torneira para trás. Literalmente abriu-se espaço na motoneta clássica para inovações, torçam o nariz os puristas, mas isto fez a gama crescer e de certa forma garantir fôlego para enfrentar legislações porvir.




Justamente arrumando novos hóspedes para o cofre espaçoso, nasceu algo que de tão verdadeiro do mercado contemporâneo de scooters parece óbvio: uma versão automática. Assim sendo, a estrela do stand da LML em Milão em cores berrantes e cheia dos acessórios de customização da marca, foi a Star automática 125cc, com motorização desenvolvida pela própria. Com mais entradas de ar em ambas as tampas laterias e a extinção do estepe, concretizou-se o sonho dos consumidores afeitos ao amigável CVT [já viu como engatar a 1ª numa Vespa maltrata o punho de um neófito?] e que ao mesmo tempo desejam o carisma do visual retrô autêntico. Vale lembrar que Pontedera lançou uma diversidade de modelos da Vespa PK com transmissão automática nos anos 1980.





Fora o motor novo, o que faz mesmo a cabeça do marketing da LML é a variedade de cores e o investimento na linha de acessórios. Dentre algumas versões conceituais circenses cuja apresentação deveria obrigatoriamente começar por "respeitável público", a bandeira brasileira se fez presente juntamente as de bancos com as do Reino Unido e dos EUA. Na categoria país de prestígio estamos bem na fita com os indianos. Pessoalmente achei bem interessante a motoneta seleção canarinho, mas que seria bacana uma homenageando o seu país de origem, isso seria - imagino uma Star nas cores da equipe Force India de F1, por exemplo.






Oficialmente pelo catálogo há quatro linhas de acabamento disponíveis para a Star, mas basicamente são apenas variações de cor da pintura e cor do banco, que não incluem as foscas: Classic, Prestige, Glamour e Vintage. O que se vê na prática é que há desde as mais tradicionais cores sólidas e metálicas até diferentes tons pastéis para atrair o público feminino. Na mesma brochura se anuncia a "personalization 360°" num configurador online como os das montadoras de automóveis, mas até o momento da redação deste post o mesmo não existia no endereço indicado (teste aqui). Do que pude ver nas imagens em termos de customização o que mais me chamou a atenção foram as diferentes opções de bancos. Há uma franca citação ao novo modelo da PX, mais anatômico, os arrebitados tipo corsa e um que gostei muito, mais retrô, com costuras formando gomos.




Uma última constatação é a ausência do modelo 200i e sua desejável injeção eletrônica. Não há qualquer citação no catálogo de fábrica a esta  versão de motor, as 4T manuais usam carburador Keihin, as 2T Spaco e a automática o sistema eletrônico de carburação (ECS). Seria uma aposentadoria precoce da versão candidata a rainha das LML Star?

[Imagens: Fernando Porto]

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2 comentários

  1. Leo,

    Acho que desta vez exageraram no espalhafato. Demasiadas versões circenses, como bem notaste.
    Continuo a achar o verde seventies (RS) portentoso, gostei da cinza com banco vermelho, e da golden também.

    Abraço,
    Vasco

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  2. que belezuras! algumas exageradas... mas otima a ideia das variacoes das cores. Bom... a minha 200 bicolor verde-bege q comprei na global scooters/northstar jah esta na garagem... e jah estou a dar as primeiras voltas pelo bairro (pois ainda falta finalizar o processo do 1o. emplacamento no detran de SP)... realmente... uma delicia curtir uma motoneta assim... :)

    JM

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